quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Palavras...




“As palavras são assim, disfarçam muito, vão se juntando umas com as outras, parecem que não sabem onde querem ir, e de repente, por causa de duas, três ou quatro que de repente saem, mudam tudo por serem simples em si mesmas”

José Saramago
Nem sempre conseguimos traduzir em palavras aquilo que realmente queremos expressar, buscar compreender as palavras é um exercício de alma pura, característica das crianças, abaixo segue o texto de um escritor cearense que buscou traduzir o sentido das palavras para suas netas...


Adeus: É quando o coração que parte deixa a metade com quem fica.

Amigo: É alguém que fica para ajudar quando todo mundo se afasta.

Amor ao próximo:É quando o estranho passa a ser o amigo que ainda não abraçamos.

Caridade: É quando a gente está com fome, só tem uma bolacha e reparte.

Carinho: É quando a gente não encontra nenhuma palavra para expressar o que sente e fala com as mãos, colocando o afago em cada dedo.

Ciúme: É quando o coração fica apertado porque não confia em si mesmo.

Cordialidade: É quando amamos muito uma pessoa e tratamos todo mundo da maneira que a tratamos.

Doutrinação: É quando a gente conversa com o Espírito colocando o coração em cada palavra.

Entendimento: É quando um velhinho caminha devagar na nossa frente e a gente estando apressado não reclama.

Evangelho: É um livro que só se lê bem com o coração.

Evolução: É quando a gente está lá na frente e sente vontade de buscar quem ficou para trás.

Fé: É quando a gente diz que vai escalar um Everest e o coração já o considera feito.

Filhos: É quando Deus entrega uma jóia em nossa mão e recomenda cuidá-la

Fome: É quando o estômago manda um pedido para a boca e ela silencia.

Inimizade: É quando a gente empurra a linha do afeto para bem distante.
Inveja: É quando a gente ainda não descobriu que pode ser mais e melhor do que o outro.

Lágrima: É quando o coração pede aos olhos que falem por ele.
Lealdade: É quando a gente prefere morrer que trair a quem ama.

Mágoa: É um espinho que a gente coloca no coração e se esquece de retirar.

Maldade: É quando arrancamos as asas do anjo que deveríamos ser.
Morte: Quer dizer viagem, transferência ou qualquer coisa com cheiro de eternidade.
Netos: É quando Deus tem pena dos avós e manda anjos para alegrá-los.
Obsessor: É quando o Espírito adoece,manda embora a compaixão e convida a vingança para morar com ele.

Ódio: É quando plantamos trigo o ano todo e estando os pendões maduros a gente queima tudo em um dia.

Orgulho: É quando a gente é uma formiga e quer convencer os outros de que é um elefante.

Paz: É o prêmio de quem cumpre honestamente o dever.

Perdão: É uma alegria que a gente se dá e que pensava que jamais a teria.

Perfume: É quando mesmo de olhos fechados a gente reconhece quem nos faz feliz.

Pessimismo: É quando a gente perde a capacidade de ver em cores.

Preguiça: É quando entra vírus na coragem e ela adoece.

Raiva: É quando colocamos uma muralha no caminho da paz.

Reencarnação: É quando a gente volta para o corpo, esquecido do que fez, para se lembrar do que ainda não fez.

Saudade: É estando longe, sentir vontade de voar, e estando perto, querer parar o tempo.

Sexo: É quando a gente ama tanto que tem vontade de morar dentro do outro.

Simplicidade: É o comportamento de quem começa a ser sábio.

Sinceridade: É quando nos expressamos como se o outro estivesse do outro lado do espelho.

Solidão: É quando estamos cercado por pessoas, mas o coração não vê ninguém por perto.

Supérfluo: É quando a nossa sede precisa de um gole de água e a gente pede um rio inteiro.

Ternura: É quando alguém nos olha e os olhos brilham como duas estrelas.

Vaidade: É quando a gente abdica da nossa essência por outra, geralmente pior.


Luiz Gonzaga Pinheiro é natural de Fortaleza (CE), onde exerce a profissão de professor de Ciências e de Matemática, na rede pública do Estado. Engenheiro pela Universidade Federal do Ceará e licenciado em Ciências pela Universidade Federal do Ceará, tem mais de uma dezena de livros publicados.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

E Se?




“Se eu tivesse a opção de esquecer os fatos do passado, ainda assim não o faria, por mais doloridos que estivessem cravados na minha memória; De nada me arrependo nessa vida. Prefiro me arrepender do que não fiz do que já foi feito. Afinal, é com as experiências (boas e ruins) que aprendemos e crescemos. E apagá-las da memória seria correr o risco de repetir os mesmos erros” Brilho eterno de uma mente sem lembranças

Dizem que arrependimento pode matar e que não vale a pena pensar no passado porque o que passou já não volta, que nada podemos fazer sobre isso.


Enfim, só porque Einstein postulou que era impossível não temos todos de acreditar nisso. Esse senhor até que era espertinho e tal mas não era engenheiro do universo e pode ter se enganado numa casa decimal.


Seja como for, até alguém tirar isso a limpo, para o bem da nossa saúde mental não é grande ideia andar sempre a matutar no que poderíamos ter feito de um modo diferente.


Não o fizemos, não quisemos, não pudemos ou não conseguimos.


E como tantos e tantos filmes e livros disseram e mostraram, qualquer alteração atirar-nos-ia provavelmente para uma realidade alternativa(maluca) em que tudo poderia ser radicalmente diferente, graças a uma cascata imprevisível de acontecimentos inter-relacionados, para pior ou para melhor (geralmente para pior).


Mesmo com tudo isto, não consigo deixar de pensar, sem querer cair num arrependimento estúpido de descontentamento com o que tenho e sou agora, sei que faria imensas coisas de um modo diferente.


Não para me ter poupado a sofrimentos ou para procurar algo que não tenho agora (isso faz parte do processo) mas para não desperdiçar algumas oportunidades que passaram em detrimento de outras coisas que tiveram o seu peso e importância mas que, aprendida a lição, não valeriam a pena voltar a viver (algumas nem uma vez quanto mais duas) pois o conhecimento e a experiência já estariam incorporados e assim teria mais tempo para outras coisas que não vivi ou conheci.


O clássico "se eu soubesse ontem o que sei hoje..."


Claro que certas coisas teriam sempre de acontecer, vez após vez, pelo que representaram, pelo que fizeram pela (de)formação do que sou, pelo papel (higienico ou não) que desempenharam e pelo que quero que continuem a ser no momento presente.


Já outras claramente não valeram todos aqueles grãos de areia da ampulheta (e, no entanto, provavelmente - quase certamente - umas não existiriam sem as outras).


Enfim, faz tudo parte da vidinha, por isso deixa-me cá aproveitar bem a minha enquanto posso porque há muita coisa para viver e meu rádio não toca sempre a mesma musica pela manhã!

sábado, 31 de outubro de 2009

Com sinceridade não sei com que sinceridade falo...

Começando...

Assim como já diz o titulo do blog (blábláblá), neste espaço, vou falar de tudo e de nada, falar de atualidades sem sequer saber que dia é hoje, escrever de politica mas quem é o presidente mesmo? irei postar poesias em busca de compreender a alma humana, falar de musica que dita o ritmo nossas vidas, futebol aquilo que não se discute!!! e qualquer outra coisa de me "der na telha"
Enfim, falar de tudo sem compromisso com nada!
Não! não sou conhecedor de nenhum desses assuntos, portanto, não me levem tão a serio, ou levem, sabendo que a escolha e sua!!!
Sejam bem vindos, e por favor rebatam minhas maluquices.....

Pra começar de uma forma leve, neste post um poema de Fernando Pessoa...


"Não sei quem sou, que alma tenho.

Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.

Sou váriamente outro do que um eu que não sei se existe.

Sinto crenças que não tenho.

Enlevam-me ânsias que repudio.

A minha perpétua atenção sobre mim perpétuamente me aponta traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha, nem ela julga que eu tenho.

Sinto-me múltiplo.

Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.

Como o panteísta se sente árvore e até a flor, eu sinto-me vários seres.

Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente, como se o meu ser participasse de todos os homens, incompletamente de cada, por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço".
 


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