segunda-feira, 28 de junho de 2010

O SÍMBOLO PERDIDO

"O segredo é saber como morrer.Desde o inicio dos tempos, o segredo sempre foi saber como morrer.O iniciado de 34 anos baixou os olhos para o crânio humano que segurava com as duas mãos. o crânio era oco feito uma tigela e estava cheio de vinho cor de sangue. Beba, disse a si mesmo. Você não tem nada a perder.
... - Preste seu juramento – disse o Venerável Mestre, com uma voz suave feito a neve – Complete sua jornada.
... - Que este vinho que agora bebo se transforme em veneno mortal pra mim... caso algum dia eu descumpra meu juramento de forma consciente ou voluntaria. Suas palavras ecoaram no espaço oco. Então o silêncio foi total. Firmando as mãos, o iniciado levou o crânio à boca e sentiu os lábios tocarem o osso seco. Fechou os olhos e o inclinou, bebendo o vinho em goles demorados, generosos. Depois de sorver tudo até a ultima gota, abaixou o crânio.
... Um agradável calor começou a percorrer seu corpo. O iniciado soltou o ar, sorrindo consigo mesmo enquanto observava o homem de olhos cinzentos que não desconfiava de nada e que acabara de cometer o erro de deixá-lo entrar para o circulo mais secreto de sua irmandade.
Você logo perderá tudo o que lhe é mais precioso."


O Símbolo Perdido, quinto livro de Dan Brow, terceiro que tem como personagem central o célebre professor de simbologia de Harvard, Robert Langdon.

Aplicando a mesma regra de suas histórias anteriores, Brow, nos apresenta nesta história um emaranhado de fatos – quer sejam reais ou criados pelo autor – que se passam a 200 Quilômetros por hora, fazendo com que aqueles que se debrucem por sobre suas páginas viajem na mesma velocidade.

Em linhas gerais, o Símbolo Perdido é um BOM livro, claro que para àqueles críticos “chatos” que se auto-intitulam literatos, este com certeza se tornará apenas mais um peso de papel de suas escrivaninhas empoeiradas.

Digo bom, porque apesar do ótimo enredo, as aventuras de Langdon na capital americana, que servem de pano de fundo para o Símbolo Perdido, nem se comparam às histórias por ele vividas no Vaticano em Anjos e Demônios e em Paris no Código da Vinci, tendo este alcançado números estrondosos de tiragem além de ser considerado o melhor livro de Brow, todavia, considera este que vos escreve, como sendo o primeiro (Anjos e Demônios) sua melhor obra.

A história nos apresenta um homem “maluco” Mal Akh que tem o corpo coberto por tatuagens e que crê que desvendando alguns mistérios escondidos pela Maçonaria em Washington DC, adquirirá um poder sobre-humano, que está adormecido dentro de cada um de nós só esperando ser (ligado). Este personagem, assim como os demais vilões das histórias de Brow, não mede esforços, nem tampouco se importa com a violência e brutalidade despendidos para atingir sua meta.

Em contrapartida, os adjetivos que permeiam seu antagonista, o professor Langdon, se limitam apenas a seu intelecto bem treinado e as horas de natação que fazem parte de sua rotina diária.

Langdon se depara novamente no meio de um caleidoscópio de mistérios e aventuras, do qual aparentemente tenta se afastar, mas que, assim como acontece àqueles que esperneiam na areia movediça faz com que Robert afunde-se cada vez mais nesta teia intrigante e perigosa.

Se em suas aventuras anteriores o célebre professor sempre esteve acompanhado de belas e fortes mulheres, a lembrar Vittoria Vetra, cientista do CERN de Anjos e Demônios e Sophie Neveu a criptologista da policia francesa de O Código da Vinci, em O Símbolo Perdido não poderia ser diferente, nesta história ele se envolve com a bela e madura Katherine Solomon, cientista do novíssimo ramo da Ciência Noética, estudos estes que têm por alicerce ambições que rumam, sem que ela saiba, no mesmo sentido dos obscuros intuitos de Mal Akh.

Katherine Solomon tem como mentor e incentivador seu irmão, o milionário Peter Solomon, honorário membro do 33 grau da maçonaria, o mais alto em sua hierarquia, que após ser seqüestrado pelo brutal vilão se vê inserto em seus planos de ascensão espiritual, e mediante violência, passa a revelar os segredos exotéricos da Maçonaria que há muitos anos haviam sido escondidos pelos fundadores de Washington na própria capital americana, e que agora estariam sob sua guarda.

Compete ao Simbologista Langdon, ir desvendando os mistérios revelados por Peter a Mal Akh, neste cerne, a história se desenvolve, com a passagem do nosso conhecido protagonista por pontos famosos da capital americana, como o Capitólio, a Biblioteca do Congresso, a Catedral Nacional dentre outros pontos que supostamente escondem mistérios imperceptíveis aos burros homens comuns que por ali passam, mas que são facilmente desvendados pelo famoso simbologista, Brown se utiliza sem rodeios da fórmula de Arthur Conan Doyle, no qual seu celebre personagem da Baker Street resolve os difíceis problemas pela simples lógica e dedução.

No meio desta epopéia, ganham vida alguns personagens caricatos e marcantes na história do Símbolo Perdido, como a pequena, porém obstinada chefe de investigações da CIA Inoue Sato, o misterioso arquiteto do capitólio Warren Bellamy, o Decano cego da Catedral Nacional reverendo Colin Galloway, além de grandes figuras da política e economia americana, que aparecem ameaçados por Mal Akh, por aparecerem em vídeos de rituais maçônicos, e que por mera incompreensão dos não iniciados poderiam prejudicar suas carreiras.

Após algumas voltas e reviravoltas, nosso herói, consegue com algumas ajudas inusitadas “salvar o dia”, mas não sem antes revelar um sem número de mistérios que servem apenas para reter a atenção dos leitores, e que dentro da proposta cumpre muito bem sua função, encerrando a história com um desfecho que explica o porquê da perseguição à família Solomon, salpicado por um clima romântico entre Langdon e Katherine.

Enfim, em linhas gerais, o Símbolo Perdido, é um livro que vale muito a pena, o qual todos, ou quase todos, excluindo algumas poucas exceções gostarão de desfrutar...

DIVIRTAM-SE!!!

 


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